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Cinco décadas de contribuição da UFPel para a qualidade das sementes no Brasil


Brazil
March 8, 2025


 

Uma das principais instituições do Brasil, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) celebra os 50 anos do Curso de Mestrado em Sementes. Além do mestrado, a universidade oferece também doutorado e especialização na área de tecnologia de sementes. Para compreender essa trajetória, é necessário voltar no tempo.

A produção de sementes no Brasil ganhou destaque no início da década de 1970, com a criação do Plano Nacional de Sementes (PLANASEM). O principal objetivo do plano era organizar a produção de sementes, especialmente de trigo, para a região Sul. Para viabilizar essa iniciativa, foi desenvolvido o projeto Ação Governamental para Implantação do Plano Nacional de Sementes (AGIPLAN).

O AGIPLAN era composto por diversos subprojetos, incluindo a capacitação de profissionais, que contou com a participação ativa das universidades. Na região Sul, a UFPel teve um papel central nesse processo, com a intensa participação do professor Flávio Farias Rocha na gestão do programa. O projeto previa treinamentos no Brasil e no exterior, tendo como principal referência a Universidade Estadual do Mississippi.

Silmar Teichert Peske, professor doutor da UFPel há 40 anos, lembra que o programa de treinamento em sementes envolvia a contratação de professores, a estruturação de um laboratório de análise de sementes e a formalização de um acordo para o uso das Unidades de Beneficiamento de Sementes (UBS) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para aulas práticas.

“O treinamento inicial consistia em cursos de curta duração, abordando temas como produção, beneficiamento e análise de sementes. Com o tempo, essa iniciativa evoluiu para a criação do curso de mestrado em 1974”, destaca o professor Silmar.

Segundo ele, a demanda pelo mestrado em sementes sempre foi expressiva. No início, os candidatos eram majoritariamente do setor público, como do MAPA e da Embrapa, devido à necessidade de maior qualificação na supervisão da produção, fiscalização do comércio e produção de sementes básicas. “Atualmente, os alunos do mestrado são, em sua maioria, do setor privado e contemplados com bolsas de estudo”, pontua.

Curso de Especialização

Onze anos após a criação do mestrado, em 1985, teve início o curso de especialização por tutoria a distância, em convênio com a Associação Brasileira de Ensino Agrícola Superior (ABEAS). Os alunos permanecem em seus locais de trabalho e participam de dois períodos presenciais de uma semana, nos quais recebem aulas e realizam avaliações. As turmas são formadas anualmente e, caso a demanda seja elevada, os alunos são distribuídos em grupos de até 40 participantes.

“O sucesso dessa modalidade de especialização foi tão grande que despertou o interesse de profissionais em países vizinhos. Assim, em 1992, iniciamos o primeiro de dez cursos na Bolívia”, conta Silmar.

A implementação do curso apresentou dois desafios principais: o idioma, que deveria ser em espanhol, e o deslocamento dos professores. “O idioma foi superado com a boa vontade dos professores e alunos, enquanto a logística foi ajustada para um único encontro de duas semanas, em vez de dois encontros de uma semana”, recorda.

O curso de especialização também é oferecido no Paraguai desde o final da década de 1990 e no Uruguai desde o início dos anos 2000. No exterior, os cursos são adaptados conforme a demanda. Na Bolívia, por exemplo, foram adicionados módulos sobre batata e produção de mudas; no Uruguai, um módulo sobre sementes de forrageiras; e no Paraguai, um módulo sobre produção de sementes de algodão.

Doutorado

Em 1991, 17 anos após a implantação do mestrado, a UFPel lançou seu primeiro curso de doutorado. “O maior desafio era a qualificação do corpo docente, mas vários professores buscaram especialização no Brasil e no exterior, o que facilitou o processo”, afirma o professor.

O Doutorado em Sementes da UFPel abrange conhecimentos básicos, como Fisiologia, Estatística, Bioquímica e Melhoramento Vegetal, além de disciplinas específicas da área de sementes, exame de qualificação e defesa de tese, geralmente concluídos em três anos. “Os doutorandos saem bem preparados”, destaca.

Mestrado Profissional

A criação do Mestrado Profissional foi outro avanço importante da UFPel, atendendo à demanda de profissionais que desejavam aprofundar seus conhecimentos sem deixar o mercado de trabalho.

Em 2001, teve início o curso de Mestrado Profissional em Sementes na sede da UFPel, estruturado em quatro encontros de duas semanas ao longo de dois anos. A defesa da dissertação ocorre, geralmente, no último módulo.

A alta procura pelo curso levou à sua expansão para outras localidades, por meio de parcerias com o IBG (Institute Business Group) em Rondonópolis (MT), a Fundação Pró-Sementes em Passo Fundo (RS) e a Associação dos Produtores de Sementes do Matopiba em Luís Eduardo Magalhães (BA). “Em cada local foram capacitadas várias turmas, com exceção de Luís Eduardo Magalhães, onde o convênio é recente”, explica Silmar.

“O Mestrado Profissional é um curso focado em tecnologia e menos em ciência, exigindo dos professores uma abordagem específica, pois os alunos vêm do setor produtivo e enfrentam desafios variados, como produção, controle de qualidade, tecnologia pós-colheita, assistência técnica e posicionamento de materiais”, complementa.

Não há dúvidas de que essa iniciativa da UFPel contribuiu significativamente para a melhoria da qualidade das sementes no Brasil, especialmente da soja. Inicialmente, permitia-se a comercialização de sementes com germinação mínima de 70%, sob o argumento de possível escassez. Esse cenário mudou na década de 1990, quando a exigência subiu para 80% de germinação.

Merecem destaque também os estudos que demonstraram a relação positiva entre o vigor das sementes e a produtividade das lavouras, evidenciada em culturas como soja, trigo, arroz e milho.

“Ao longo dessas cinco décadas, diversas inovações tecnológicas foram desenvolvidas para minimizar os efeitos da deterioração e melhorar o desempenho das sementes, consolidando a UFPel como referência na área”, conclui Silmar Peske.

 



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Published: March 11, 2025

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